São na maioria dos casos breves e embora pareçam durar “uma eternidade”, frequentemente param sem qualquer intervenção. Apesar de serem situações benignas, autolimitadas e relacionadas com a idade, constituem uma causa importante de sofrimento e angustia para os pais e são uma causa frequente de ida ao serviço de urgência. associados a infecções víricas.
Acontecem por uma tendência familiar, a idade mais jovem da criança, a subida rápida da temperatura num cérebro imaturo. Muitas vezes os pais desconhecem que existe um familiar com convulsões febris. Os avós são na maioria das vezes a fonte mais importante de informação. O sistema nervoso central da criança pequena é mais vulnerável a uma subida rápida temperatura, existe uma maior excitabilidade, pelo que podem mais facilmente iniciar uma ativação excessiva e sincronizada de um circuito de neurónios.
Depois de alguns segundos a minutos os movimentos param, o corpo fica mole e a criança adormece e acorda bem. Durante a crise pode ficar com os lábios roxos, espumar pela boca ou urinar. Habitualmente as convulsões febris são classificadas em simples (únicas, envolvem os dois lados do corpo e com duração inferior a 30 minutos) e complexas (repetidas no mesmo episódio febril, envolvendo apenas um lado do corpo e com duração superior a 30 minutos)
Anotar as horas em que começou e terminou.
Não deve colocar nada na boca da criança.
Deite a criança de lado, num local seguro onde ela não se possa magoar.
Despir a criança e reduzir a temperatura ambiente.
Baixe a temperatura com paracetamol (até de 4/4 h ou ibuporfeno até de 6/6h) ou pachos de água tépida colocados no corpo despido.
Se não for a primeira convulsão, os pais já devem ter em casa clisteres de Diazepam (Stesolid-R), um medicamento que se utiliza para parar a convulsão.
A administração é rectal e a dose depende do peso da criança:
Habitualmente é necessário ficar em observação durante algumas horas. Se não for a primeira convulsão, e se a criança acordar bem, pode não ser preciso recorrer à Urgencia Hospitalar, mas deve consultar o seu médico para averiguar e tratar a causa da febre.
O aspecto mais importante é a investigação da causa da febre, particularmente se existirem sinais clínicos que possam sugerir infecções do sistema nervoso central (meningites/encefalites)
A TAC crânio encefálica também não é necessária, exceto se existir algo mais na história e observação da criança, para além das convulsões febris. Não está provado que uma convulsão febril simples possa causar “cicatrizes” no cérebro.
O risco parece ser maior nos primeiros 6 a 12 meses após a primeira crise, se a convulsão surgiu com febre baixa ou no primeiro ano de vida. Se há história familiar de convulsões o risco de recorrência parece também ser mais elevado.
Não está também provado que a utilização de medicamentos para a febre reduza a probabilidade de desenvolver convulsões febris.
Este risco não é muito maior do que o risco da população em geral. A evolução futura para epilepsia é mais frequente em crianças com atraso do desenvolvimento, história familiar de epilepsia ou crises febris complexas.